quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O melhor será, também, o mais corrupto?

Desde que o jornal OEstado de S. Paulo divulgou partes do depoimento que Marcos Valério, o operador do Mensalão, deu ao Ministério Público Federal que uma dúvida me atormenta: será, o melhor presidente da história recente deste País, também, o mais corrupto? Não se pode negar a transformação social promovida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e, especificamente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seus dois governos. Nunca neguei os acertos do Governo Lula, principalmente por ter sido eleitor dele em três pleitos seguidos. E por ser eleitor e admirador do PT, não posso, também, aceitar as práticas corruptas que, de acordo com a Procuradoria Geral da República, confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foram perpetradas pela cúpula do Partido. Até então, nada respingava em Lula. Bastou a Polícia Federal desencadear a Operação Porto Seguro e descobrir as “traquinagens” de Roseany Noronha para a situação do ex-presidente se complicar. As declarações de Marcos Valério, porém, possuem efeito de uma bomba quase atômica sobre a reputação de Lula. Por mais que nenhuma investigação seja feita e não respingue sobre ele (o ex-presidente) nenhuma punição, restará sempre a dúvida. Afinal, Fernando Collor de Mello (então do PRN) caiu por um simples Fiat Elba e uma cachoeira artificial na “Casa da Dinda”. As denúncias de Marcos Valério a respeito de Lula são gravíssimas. É bem verdade que foram feitas por quem está com a “corda-no-pescoço” e tenta salvar a pele ou diminuir a pena. No entanto, se os indícios forem confirmados, cada uma delas precisa ser investigada, dada a gravidade. O fato de ter sido o melhor presidente não o isenta de nenhuma investigação caso os indícios sejam evidentes. O “rouba, mas faz”, tão combatido, inclusive por Lula, não pode voltar a ser regra. E se, comprovadamente, Lula for esse corrupto sem precedentes na história do Brasil terá escrito seu nome nas duas faces da moeda e se tornará a melhor e, ao mesmo tempo, a maior decepção política da minha vida.
Texto de Gilson Monteiro/Blog do Gilson Monteiro

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